RECURSO DE TECNOLOGIA ASSITIVA EM SALA DE AULA
REGLETE/SOROBÃ/MÁQUINA DE DATILOGRAFIA BRAILLE
Para maior proveito das habilidade do aluno de AEE, o professor tem que estar atento as necessidades do aluno, para sua autonomia dentro e fora da sala de aula.
A importância de conhecer seu aluno torna mais fácil juntar os recursos necessários com sua potencialidades/habilidades.
Matheus Luiz, meu aluno que estimo tanto, é cego de nascença e usa prótese nos dois olhos.
Criança inteligente, meiga, carismático e muito dedicado aos estudos.
Apesar de sua limitação faz aula de teclado e gosta de brincadeiras ao ar livre. Sua matéria preferida é ciências, o que explica sua curiosidade por plantas e animais.
Entrou pra escola regular desde os 5 anos de idade, sempre teve acompanhamento e incentivo da família e dedicação exclusiva da mãe que se interessou a aprender o Braille para ajudar o filho nas atividades da escola.
Desde que ingressou na escola já lhe foi apresentado os primeiros materiais em braille que até então eram confeccionados pela professora regente.
Assim, sucessivamente foi apresentado os novos instrumentos que o ajudaria na escrita.
Hoje, Matheus Luiz, está no 4º ano do ensino fundamental e tenho certeza que nada pode barrar sua vontade de aprender e prosseguir com os estudos, apesar de sua limitação.
Acredito no seu potencial!
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De acordo com o Decreto nº 3.298/99
e o Decreto nº 5.296/04, conceitua-se como deficiência visual:
• Cegueira – na qual a acuidade
visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
• Baixa Visão – significa acuidade
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
• Os casos nos quais a somatória da
medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°;
• Ou a ocorrência simultânea de
quaisquer das condições anteriores.
A
inclusão das pessoas com baixa visão na legislação se deu a partir da edição do
Decreto nº 5.296/04. As pessoas com baixa visão são aquelas que, mesmo usando
óculos comuns, lentes de contato, ou implantes de lentes intra-oculares, não
conseguem ter uma visão nítida. As pessoas com baixa visão podem ter
sensibilidade ao contraste, percepção das cores e intolerância à luminosidade,
dependendo da patologia causadora da perda visual.
Cerqueira e Ferreira (2004) afirmam
que na educação de pessoas com deficiências visuais os recursos de tecnologia
assistiva apresentam uma importância ainda maior, levando-se em conta ser o
problema básico das pessoas com essa deficiência, em especial, o cego, é a
dificuldade de contato com o ambiente físico.
Os recursos de tecnologia assistiva
para os alunos com deficiências visuais, inclusive cegos, podem ser
classificados como segue:
• Naturais: assim chamados por se
utilizar de elementos da própria natureza, devidamente re-significados e assim
transformados em dispositivos com um objetivo bem definido. Como exemplo, a
utilização de um graveto e de um galho, de diâmetros diferentes, para auxiliar
a conceituação de "grosso" e "fino";
• Pedagógicos: Todos os
dispositivos, independentemente de seu grau de sofisticação, que podem ser
confeccionados por professores, pais e colegas com o objetivo de incrementar a
eficácia do aprendizado de um aluno;
• Tecnológicos: São os dispositivos
que incorporam maior sofisticação tecnológica disponíveis para facilitar a
aprendizagem: toca-fitas, gravadores, televisão, computadores, scanners,
impressoras em Braille, entre tantos;
• Culturais: o arsenal de livros
gravados (cassete e CDs) ou em Braille, disponíveis em bibliotecas. Também
materiais de museus e exposições.
Materiais de TA básicos para alunos
com baixa visão e cegueira
Para se obter um bom desempenho
eficiente do aluno com deficiência visual, em especial o cego, é necessário que
o mesmo domine alguns materiais básicos, indispensáveis no processo ensino –
aprendizagem, como a reglete e a punção (conjunto de instrumentos que permite a
produção da escrita em Braille), o sorobã (ábaco utilizado no Japão, China e
Russa para cálculos aritméticos), os textos transcritos em Braille e o
gravador. O cego deverá também, na medida do possível, dominar o uso da máquina
de datilografia Perkins Braille.
Figura 1 - Reglete
A escrita do braille pode se
realizar por várias maneiras: A mais antiga e a mais utilizada é a reglete e o
punção. A pessoa prende o papel na reglete, e com o punção vai fazendo todos os
pontos que formam as letras.
Figura 2 - Sorobã
O Sorobã é um aparelho de cálculo
usado já há muitos anos pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como
máquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples.
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Figura 3 - Máquina de ditalografia
Perkins Braille
Com as máquinas, o trabalho se torna
muito mais rápido que nas regletes.
Para auxiliar a locomoção, os cegos
fazem uso das bengalas, que sao encontradas no mercado em vários modelos
diferentes:
Bengala Ambutech de alumínio, com
ponteira rotativa.
A Ultra Cane é a primeira bengala
eletrônica que detecta objetos ao nível dos pés, pernas, tronco e cabeça.
Para alunos com baixa visão, os
recursos didáticos mais usados são os cadernos com margens e linhas fortemente
marcadas e espaçadas, lápis com grafite de tonalidade forte, caneta hidrocor
preta, impressões ampliadas e materiais com cores fortes e contrastantes. Para
alguns alunos, é necessário um espaço maior entre as linhas, como não
encontramos esse tipo de caderno no mercado pode-se utilizar caderno de desenho
ou encadernar um maço de sulfite, colocando capas (frente/verso) e em seguida
traçar as linhas mais espaçadas de acordo com a necessidade do aluno. Assim
como é mostrado no exemplo abaixo: linhas traçadas com espaço de 5 cm, folha
por folha, com lápis 6B.
Referências
1.
ANDRADE, Marita. Tecnologia, Educação e Deficiência Visual. Revista Presença
Pedagógica. Nº. 75 - 17/05/2007 - pág. 40.
2.
CERQUEIRA, J. B. & FERREIRA, E. M. Recursos didáticos na educação especial.
Instituto Benjamin Constant – Rede Saci, 10/05/2004
3.
REIS, N. M. M. Tecnologia Assistiva: Recursos facilitadores no processo de
aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais – PUC Virtual –
2005
4.
POLETTO SONZA. A. & COSTI SANTAROSA, Lucila Maria. Ambientes Digitais
Virtuais: Acessibilidade aos Deficientes Visuais - CINTED-UFRGS. Novas
tecnologias em educação. . Volume 01 no. 01 In: http://daniremiao.com/ihc/material/artigos_seminario/grupo1.pdf
- acesso em 11 de Maio de 2010.
Fotografias
SATIAGO,
Judith Vilas Boas
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