Atividades ou jogos que poderão favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual
O aluno com deficiência intelectual: características cognitivas
O funcionamento cognitivo do aluno com deficiência mental comporta um conjunto de características que testemunham certa fragilidade nesse funcionamento. Consideramos importante delimitar um perfil desse funcionamento ressaltando que seja qual for a importância desse aluno, ele é capaz de realizar numerosas aprendizagens. Os alunos com deficiência intelectual têm dificuldades para mobilizar os seus próprios recursos cognitivos internos de modo eficiente. Em situação de resolução de problema, frequentemente esses alunos se apóiam mais sobre recursos externos, tais como a opinião de um colega, do que sobre seus próprios recursos cognitivos. Ele é fortemente influenciado pela opinião e pela ação do outro. As frequentes dificuldades vivenciadas por esses alunos em contexto de aprendizagem podem talvez explicar essa ausência de confiança na própria capacidade de resolver os desafios co os quais ele é confrontada em casa ou na escola.
Em sala de aula, esses alunos experimentam dificuldades em centralizar a atenção sobre os elementos essenciais que permitem orientar o procedimento de realização das tarefas propostas pelo professor. Trata-se de um problema de atenção seletiva. Normalmente eles têm dificuldade em compreender o que é esperado deles e consequentemente, apresentam dificuldades para se orientarem e planejarem eficazmente à realização da tarefa.
O planejamento e a auto-regulação durante a situação de resolução de problema se constituem nos aspectos que os alunos com deficiência intelectual apresenta maiores dificuldades. Eles experimentam dificuldades em refletir sobre o resultado da própria ação e sobre a transformação das estratégias relacionadas a esta ação. ou seja, são os aspectos metacognitivos implicados na realização das tarefas que se revelam pouco eficientes nesses alunos. Eles tendem a repetir a mesma estratégias mesmo quando elas se mostram ineficazes.
O trabalho do professor de AEE voltado para o aluno com deficiência intelectual se caracteriza essencialmente pela realização de ações específicas sobre os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento e a aprendizagem desses alunos. Para desenvolver o AEE, é imprescindível que o professor conheça seu aluno e suas particularidades para além das dificuldades e limitações impostas pela deficiência. O trabalho do professor de AEE é realizar uma ação específica para ajudar o aluno com deficiência intelectual a agir de modo estruturado no ambiente escolar e fora dele. O trabalho do AEE não deve se apoiar sobre os conteúdos curriculares. O professor de AEE pode trabalhar de uma maneira sistemática sobre as estratégias metacognitivas do aluno de modo a favorecer o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação dele em situação de resolução de problema. O trabalho pedagógico envolvendo a habilidade metacognitiva no espaço do AEE demanda a necessidade de planejar estratégias para cada situação de aprendizagem, de forma que o aluno seja capaz de (de modo autônomo) controlar o processo de utilização dessas estratégias, avaliá-las para detectar erros que possam ter cometido e modificá-las.
O professor deve planejar atividade que desenvolva no aluno a capacidade de generalizar ou transferir uma aprendizagem a novas situações, fazendo intervenções (de natureza educativa) estruturadas para favorecer a utilização mais eficiente de estratégias metacognitivas apresentadas pelo aluno.
Por exemplo: comparar ou fazer seleção de estratégias cognitivas pertinentes para resolver um problema ou controlar e ajustar o processo de resolução de problema. Outro exemplo de intervenção sobre a responsabilidade diz respeito à organização da linguagem. Normalmente o aluno com deficiência intelectual apresenta problema na memória a curto prazo. A organização da linguagem verbal se constitui em outro foco de interesse do AEE. É importante que o professor organize situações que permitam ao aluno estabelecer diferenças entre as características da linguagem verbal e aquelas da linguagem escrita.
No AEE, o professor exerce o papel de mediador do conhecimento. O aluno com deficiência intelectual abstrai e constrói conhecimentos, no entanto, sua atividade cognitiva não é espontânea, necessita ser exercida especialmente pela mediação do professor.
Em síntese, o atendimento educacional especializado deve propor atividades que estimulem o desenvolvimento conceitual, além de propor situações vivenciais que possibilitem ao aluno com deficiência intelectual organizar o pensamento operatório e ainda propor situações-problema que exijam o uso do raciocínio abstrato.
Dessa maneira, o professor vai ajudar esse aluno a confrontar com o seu limite cognitivo fazendo uma oposição sobre a maneira pela qual ele interage com o mundo.
Os jogos utilizados com a devida intervenção do professor do AEE podem ajudar ao aluno com DI vencer muitas das suas dificuldades e possibilitar o prazer em aprender.
Jogos que auxiliam
Os jogos infantis ou lúdicos são uma excelente ferramenta para observação do comportamento cognitivo das crianças.
Jogo da memória
Objetivo:
- Estimular a memória;
- Desenvolver o raciocínio lógico;
- Desenvolver a capacidade de observação e concentração;
- Organização;
Divertido e fácil, o jogo da memória vem auxiliar na aprendizagem.
O jogo da memória infantil é um importante instrumento de aprendizado infantil já que estimula o raciocínio lógico e a capacidade de memorização do cérebro da criança.
Uma criança que brinca com jogos da memória podem ter raciocínio mais rápido e capacidade de memorização mais aguçada.
Além disso, os jogos de memória são possíveis de estimular a criatividade e a noção das regras desde muito cedo de uma forma lúdica e divertida. Esse estímulo melhora o comportamento infantil diante de regras que surgem em casa, na escola e em toda sua vida, um sentido de que a regra serve apenas para organizar e tornar a vida mais fácil e não que seja algo ruim. Auxiliando também no convívio familiar e social, seja qual for o ambiente.
Referência
Inclusão, Revista da Educação Especial, V.5 Nº 1 JANEIRO/JULHO 2010.
Marília, os jogos assumem papel fundamental no processo de aprendizagem das crianças com DI e as ajudam a resolver situações no seu cotidiano.Parabéns!Consegui esclarecer várias dúvidas através de suas colocações!
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