quarta-feira, 18 de março de 2020




VAMOS BRINCAR
As 10 melhores brincadeiras para crianças de 4 anos

1. Lista de compras

Sabe aqueles encartes de ofertas que você pega no supermercado ou em lojas de departamentos? Então se você der um desses para o seu filho, junto com uma tesoura, um papel e um vidro de cola branca, e dar a missão de fazer uma lista de compras, ele vai se divertir e ainda desenvolver várias habilidades. É bem comum a criança de 4 a 5 anos se apaixonar pela atividade de recortar e querer passar um tempão fazendo isso. Bóra aproveitar!
melhores brincadeiras para crianças de 4 anos com colagem

2. Alfabeto de massinha

Eu não tenho a menor pressa de alfabetizar.. Aprender a ler e escrever vai ser uma evolução natural e, para mim, é tão importante quanto desenvolver a criatividade e a regulação das emoções. Mas o alfabeto é algo muito presente na vida das crianças. Para onde quer que elas olhem tem algo escrito. Logo, é natural que haja curiosidade por parte dela sobre as letrinhas. Se isso acontece, e acompanhando o que a criança faz na escola, podemos estimular esse interesse com brincadeiras.Uma etapa importante da aprendizagem da linguagem escrita é a capacidade de reconhecer as letras e reproduzir o seu traçado. Um jeito lúdico de ensinar o alfabeto é com essa ideia de reproduzir o alfabeto com massinha. 
brincadeiras para crianças de 4 anos com massinha

3. Acerte o buraco
Essa ideia vai para a série dos brinquedos que você faz com facilidade e que rendem à beça! Nada mais, nada menos do que uma caixa com um buraco no meio para que a criança encontre uma forma de fazer a bolinha cair no buraco. Um brinquedo de coordenação motora perfeito para os pequenos.




4. Chão é lava

Se você ainda não brincou disso, não sabe o que está perdendo. Você só precisa falar “cuidado, o chão é lavaaa!” para a brincadeira começar. Quem colocar o pé no chão, perde. Use os objetos da casa, como almofadas, toalhas, tapetes para fazer o seu percurso. Uma das nossas brincadeiras para crianças de 4 anos que é divertida e surpreendente.



5. Viagem por mundos imaginários
Com 4 anos a imaginação das crianças está funcionando a todo vapor. Nós fazemos um bem enorme para elas se estimulamos coisas como viagens por mundos imaginários. DEIXE A CRIANÇA IR PARA O MUNDO IMAGINÁRIO DELA E VAI JUNTO. 


6. Casinha de rolo de papel higiênico

Já falei um monte sobre brinquedos de rolo de papel higiênico por aqui, não é verdade? Pois num post de retrospectiva de melhores brincadeiras, não podia faltar esse tema. Use sua criatividade na criação desse brinquedo
brincadeiras para crianças de 4 usando rolo de papel higiênico

7. Apanhador de sol

Você já ouviu falar em “Sun Catcher” ou Apanhador de Sol? É uma atividade de artes ótima para os dias ensolarados de verão.





8. Pintura com esponja
Eu simplesmente adorooo encontrar maneiras diferentes de fazer artes com as meninas. Especialmente quando funciona bem. Olha só como pode ser divertido e interessante fazer pintura com esponja! Uma das nossas melhores brincadeiras para crianças de 4 anos que também é legal para crianças maiores.



9. Acerte a letra
Falei acima que um dos primeiros passos do processo de aprender a ler e escrever é saber reconhecer as letras, não é? Pois aqui tem outra idéia de como você pode fazer isso de um jeito lúdico: acerte a letra!




10. Sequência de Lego
Para terminar, uma atividade de raciocínio lógico que aproveita as peças de Lego que você tem em casa. Comece uma sequência de cores e formas para a criança continuar!


brincadeiras para crianças de 4 usando lego




































domingo, 20 de outubro de 2019

atividades recreativas para educação infantil 3 a 4 anos


AS BRINCADEIRAS INFANTIS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS


atividades recreativas para educação infantil 3 a 4 anosAs brincadeiras recreativas para educação infantil devem ter como objetivo desenvolver habilidades e capacidades das crianças nestes primeiros anos de vida, sendo assim nada melhor que fazer isso da forma que elas mais gostam, brincando.

3 a 4 anos
A partir dos 3 anos de idade, as crianças já conseguem interagir com grupos e é nesse período que elas desenvolvem sua identidade e vínculos afetivos com o mundo. No seu desenvolvimento as crianças tendem a imitar gestos e atitudes de quem os cerca, é importante que as brincadeiras ajudem-nas a criar seus traços específicos.
atividades lúdicas para educação infantil
Os jogos e brincadeiras recreativas dirigidas a estes pequenos devem desenvolver habilidades especificas como coordenação motora, orientação espacial, ritmo, equilíbrio, organização temporal e desenvolver a linguagem como forma de comunicação. Portanto, para um melhor desempenho, as atividades lúdicas para educação infantil podem prever algumas regras mais definidas.

Abaixo, deixarei algumas dicas de atividades de recreação educacional que tornarão o aprendizado e desenvolvimento dos pequenos mais divertidos.
1 – CADA UM É DO SEU JEITO (Construção da identidade)
Esta atividade visa auxiliar a criança a construir a imagem do próprio corpo, além de trabalhar a auto-estima e auto-imagem.
MATERIAIS
  • Papel Kraft
  • canetinhas hidrocor
  • fita adesiva
  • e tesoura
BRINCANDO:
Você irá pedir para cada criança deitar sobre uma folha de papel e em seguida irá desenhar a silhueta dela. Escreva o nome da criança e entregue a ela. Quando todos estiverem com suas folhas de papel peça que completem desenhando os olhos, o nariz, a boca, os cabelos, etc. Neste momento você pode incentivar a criança a observar o próprio corpo. Quando todos tiverem concluído os desenhos, cole-os lado a lado na parede e peça que eles observem o próprio desenho e o dos coleguinhas, neste momento você deverá estimular a observação, peça que comentem sobre as diferenças nos desenhos (como altura, por exemplo). Aproveite o momento dos comentários para conversar bastante com elas sobre as particularidades de cada uma.
brincadeiras recreativas para educação infantil
2 – MÚSICA
O objetivo desta atividade lúdica é estimular a criança a aprender a ouvir e prestar atenção aos sons.
MATERIAIS:
  • Aparelho de Som e CDs com músicas de ritmos variados.
COMO FAZER:
A forma de elaborar a atividade pode ser variada e fica a critério do professor ou orientador, porém a música deve ser o foco da atividade e não um pano de fundo. Ele deverá estimular as crianças a ouvir os sons presentes na música, como por exemplo, os sons dos instrumentos, dos animais, dos elementos da natureza, elas também podem acompanhar o som batendo palmas ritmicamente ou até mesmo cantando.
Se o professor ou orientador souber tocar algum instrumento musical ou cantar, ele pode propor as crianças que escrevam uma música juntos.
atividades de recreação para educação infantil em sala de aula
3 – CAMINHADA COMPANHEIRA
Esta brincadeira desenvolve a ideia da tolerância entre as crianças. Ela deve ser aplicada sempre que houver necessidade das crianças andarem juntas, como para ir a sala de aula, ao pátio, a quadra, etc.
jogos e brincadeiras recreativas4 – CAIXINHA DAS SENSAÇÕES
A caixa das sensações visa trabalhar os sentidos das crianças, através das sensações que os objetos ali dentro colocados despertam nos pequenos.
MATERIAIS NECESSÁRIOS:
  • Caixa de papelão (pode ser de tênis) decorada pelo professor / orientador ou pelas próprias crianças.
  • Objetos variados como tampinhas, lixas, pedaços de pano ou algodão, botões, dentre outros.
COMO BRINCAR:
A caixa deverá ter um furo em cima na forma de círculo, onde as crianças colocarão a mão e outra abertura onde o professor / orientador colocará os objetos um por um, a fim de que as crianças, com a mão possam identificar o material.
Se não tiver uma caixa o orientador / professor pode estar vendando a criança.
atividades recreativas para sala de aula
5 – BOLA POR CIMA, BOLA POR BAIXO
Tem como objetivo trabalhar a coordenação motora, concentração e velocidade. Ótima brincadeira para crianças já com 4 anos de idade e pode ser usada tanto na aula de educação física quanto na sala (caso tenha espaço suficiente).
MATERIAIS:
  • Bolas
BRINCANDO:
O professor / orientador deve colocar os alunos em duas colunas, em fila indiana. Podendo dividir em equipes ou meninos versus meninas.
Ao primeiro sinal, que pode ser dado com um apito, o primeiro aluno de cada fileira deve passar a bola por cima da cabeça (com as duas mãos), até chegar ao último colega da fileira. Quando este pegar a bola, deverá correr até a frente da fileira e passar a bola por cima da cabeça, dando sequência a atividade.
Assim que todas as crianças completarem e o que iniciou a atividade voltar a ser o primeiro, o professor / orientador deve pedir que todas as crianças afastem as pernas e deem sequência a atividade, sendo que desta vez devem passar a bola por baixo, até que todos completem a tarefa.
Quando terminar esta sequência, a primeira criança deve passar a bola por cima da cabeça, e a segunda deve pegar a bola e passar por baixo das pernas, a terceira criança deve pegar a bola embaixo e passar por cima da cabeça, até que todos completem a tarefa.
atividades recreativas para crianças - educação física
6 – CORRIDA DO SACI
Tem como objetivo trabalhar a coordenação motora, o equilíbrio e velocidade.
BRINCANDO:
O orientador / professor deverá montar um ponto de partida e um de chegada, as crianças deverão ficar posicionadas em fila, cada uma irá segurar uma das pernas flexionadas para trás, na posição de saci.
Quando for dado o sinal, elas devem sair pulando até alcançarem a linha de chegada. Deverá ser eliminada a criança que colocar os dois pés no chão (sair da posição de saci) e ganhará ultrapassar a linha de chegada primeiro.
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jogos e brincadeiras recreativas
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Estou de volta!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Relação entre o texto "O modelo dos modelos" e o AEE

          

                                                         
           O texto “O modelo dos modelos” de Ítalo Calvino, nos faz crer que não existem verdades absolutas, modelos perfeitos, pois sempre devemos observar a realidade e suas transformações e em se tratando de ser humano, ser em construção, que passam por mudanças contínuas, torna-se impossível moldá-los de acordos com nossas preferências ou convicções. Pensar a pessoa humana como única e plural repleta de possibilidades, faz do AEE um vasto campo de descobertas e encorajamento daqueles que tendo uma ou mais deficiências, podem superar-se a cada dia. A realidade da vida é dinâmica, portanto, a construção do conhecimento deve ser acessível a todos. Inclusão é pensar antes de tudo a pessoa como parte constituinte de um todo, sociedade e nesta perspectiva construir a autonomia e a independência dos mesmos, percebendo-os como cidadãos plenos de possibilidades, respeitando-se os limites de cada ser com ou sem deficiência.
            No texto modelo dos modelos, temos uma relação distinta da visão que o senhor palomar tinha das pessoas, ele visionava um único modelo em que as pessoas deveriam se encaixar nele, um modelo restrito, logico e geométrico em que se esperava que todos estivessem em harmonia com esse modelo. Mas ao observar certas figuras humanas com outros olhos ele percebe que nem todos vão se encaixar nos seus modelos nos contornos dos seus desenhos que ele espera o senhor palomar se percebe que precisa mudar seus conceitos, adaptando-os aos seres humanos e não ao contrário.

             O mesmo acontece no dia a dia do AEE, nós já temos vários modelos de como fazer certas coisas e como realizar muito a atendimentos, mas não devemos nos esquecer de que cada ser humano é único, em suas necessidades e potencialidades fazendo adaptação com a mente aberta para melhor atender essas pessoas, com um olhar diferenciado e distinto, tendo princípios bem definidos e não ter medo do diferente e ter princípios norteadores da prática pedagógica bem em mente.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

TGD Transtornos Globais de Desenvolvimento





Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação
estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.
Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de
Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.
Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de comportamentos não-verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.
Como lidar com o TGD na escola?
Crianças com transtornos de desenvolvimento apresentam diferenças e merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.
Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância para garantir o desenvolvimento na escola. Boa parte dessas crianças precisa de ajuda na aprendizagem da autorregulação.
Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no processo de aprendizagem desses alunos. Faça ajustes nas atividades sempre que necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potências dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a autonomia e faça o possível para conquistar a confiança da criança. Os alunos com TGD costumam procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o desenvolvimento.





QUEM É A PESSOA COM TGD?
TGD – TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO
Segundo o DSM-IV-TR
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)
tem como característica um comprometimento grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos que definem estas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo.
Interações sociais, comunicação e comportamento no processo
de ensino-aprendizagem

 – Na área de interação social podemos observar as seguintes características:

- Apresentam dificuldade em iniciar e manter uma conversação.
- Inicialmente podem apresentar aversão ao toque e isolamento.
- Podem evitar o contato visual.
- Mantém pouca atenção às pessoas, parece ignorar o outro e pode expressar-se de forma incomum.
- Comportamentos não-verbais de iniciação e manutenção de contato
- Pode se utilizar dos adultos como ferramentas para pegar objetos, abrir portas e outras situações intencionais.

terça-feira, 6 de maio de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA




Conceito de  surdocegueira
     Para entender o que é surdoceigueira, faz-se necessário uma explicação sobre a sua grafia. Conforme Lafati (1995, p. 306), a


                 Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas                    pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as                           dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença,                               uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.

   Para Mclnnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte. O referido autor subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias:

  • Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
  • Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
  • Indivíduos que se tornaram surdocegos;
  • Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.
   O mesmo autor (1999) relata que muitos indivíduas com surdocegueira congênita ou que a adquiram precocemente têm deficiência associadas como: físicas e intelectuais. Estas quatro categorias podem ser agrupadas em surdocegueira congênitos ou surdocegos adquiridos. E dependendo da idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode-se classificá-la em surdocegos pré-linguísticos ou surdocegos pós-linguísticos.


     

Definição e informações sobre surdocegueira

   As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é uma situação grave e, felizmente, sua presença na população geral é menor, em termos numéricos. Talvez os Telecentros raramente (ou nunca) recebam pessoas com múltipla deficiência, mas consideramos importante trazer informações sobre esta possibilidade.
   Tradicionalmente, os profissionais especializados e os familiares de pessoas com múltipla deficiência focalizavam sua atenção no que estas pessoas não podiam fazer, em suas desvantagens e dificuldades. Atualmente temos uma postura diferente: preocupamo-nos em descobrir quais são as possibilidades que a criança apresenta e quais são as suas necessidades, em vez de destacar suas dificuldades. Assim, temos descoberto formas e métodos para atendê-la.
   É importante que a família seja orientada a manter um contato com essa criança por meio dos sentidos que não foram lesados, para estimular o resíduo auditivo e, principalmente, o resíduo visual, se houver. Por exemplo: a família do bebê surdocego deve passar informações a ele por meio de toques afetivos; ele deve sentir que é amado e perceber a presença do adulto através de brincadeiras.
As instituições que recebem os casos de múltipla deficiência costumam atender principalmente casos de surdocegueira, que combinam as deficiências auditiva e visual. A pessoa que tem surdocegueira não pode ser comparada com um surdo nem com um cego, pois a pessoa com cegueira e a pessoa surda utilizam seus sentidos de forma complementar: a pessoa com deficiência visual trabalha mais sua audição e a pessoa surda conta mais com sua visão, No caso da surdocegueira, esta complementação não acontece - é uma outra deficiência. É por esta razão que escrevemos esta deficiência com uma só palavra, "surdocegueira".
O grupo mais numeroso de surdocegos é composto por pessoas com 65 anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas da surdocegueira podem ser:
  • acidentes graves;

  • síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome de origem genética incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde);

  • surdocegueira congênita, resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos prematuros.
É difícil imaginar como uma pessoa surdocega se comunica, mas isso é possível. Os surdocegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas.
A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos surdos, pode ser adaptada aos surdocegos, utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, a pessoa com surdocegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito. Esse método de comunicação é chamado de Tadoma.
Também é possível para o surdocego escrever na mão de seu intérprete, utilizando o alfabeto manual dos surdos, soletrando as palavras ou ele pode redigir suas mensagens em sistema braile, que é um alfabeto composto por pontos em relevo criado para a comunicação dos portadores de deficiência visual.
Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.
Há casos de crianças surdocegas brasileiras que desenvolvem condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o braile para o conhecimento da leitura e escrita. Mas, para que isso aconteça é necessário que a intervenção seja precoce, ou seja, quando a criança for bem pequena. Cada surdocego adulto tem o direito de decidir qual vai ser sua forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no trabalho e no lazer.
Carlos Roberto, surdocego que mora no Estado de São Paulo, Brasil, diz: "...descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mundo". Ele se desenvolveu tão bem comunicando-se em LIBRAS que está sempre rodeado de amigos, conversando e contando piadas e está aprendendo atualmente o braile.

“Se combinam sinais que se relacionam com a funcionalidade do objeto, movimentos do corpo que descrevem a ação desejada, imitações de sinais da criança cuja intencionalidade tem sido comprovada e sinais convencionais de fácil compreensão apoiados pelo contexto em que se produzem”
(Pillar Gómez Viñas,2005)


Sites de Referências :

Rede Iris
http://www.rediris.es/list/info/sordoceguera.es.html
Sense
http://www.sordoceguera.org/Sordoceguera.htm

DERDIC - Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação
http://www.derdic.pucsp.br

Livro: Coleção - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar
                       SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

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domingo, 16 de março de 2014

A Educação Escolar de Pessoas com Surdez

Enquanto as discussões ficam centradas na aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez não têm o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria. Uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva, principalmente para pessoas com surdez, tem se tornado promissora no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais. Sob a força do que se constitui como paradigma inclusivo, não legitimamos os estudos e trabalhos que têm defendido os marcadores identitários dos surdos: cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, tendo, do outro lado, os seus oponentes: os ouvintes dominadores.
 O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. “É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não seja o centro de tudo o que acontece nesse processo.” Aí, deve-se discutir a presença obrigatória de quem age, produz sentido e interage: a pessoa com surdez. Isso nos faz pensar num sujeito com surdez não reduzido ao chamado mundo surdo, com a identidade e a cultura surda, mas numa pessoa com potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e lingüísticos, pois a concepção de pessoa com surdez descentrada se caracteriza pela diferença, que, sob a força de divisões e antagonismos, leva a pessoa descentrada a ser deslocada e a assumir diferentes posições e identidades, Hall (2006). É nesse sentido de descentramento identitário que concebemos a pessoa com surdez como ser biopsicosocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos. Contudo precisamos nos afastar de idéias de unanimidade, de obviedade, de fragmentação, pois mergulhar na realidade é saber que estamos sempre incompletos, indefinidos, por sermos complexos, Morin (2001), e isso nos coloca na perspectiva do outro, cujos fios tecem infinitos sentidos em redes de conhecimento nas quais sempre o ser humano, em especial, a pessoa com surdez, estará enredada. A atenção deve estar centrada, primeiramente, no potencial natural que esses seres humanos têm, independente de deficiência, diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. Nessas pessoas, se lhes forem criados ambientes propícios para desenvolverem o seu potencial, as marcas do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão secundarizadas e será exaltado o seu potencial humano.
O AEE PS deve ser visto como construção e reconstrução de experiências e vivências conceituais, em que a organização do conteúdo curricular não deve estar pautada numa visão linear, hierarquizada e fragmentada do conhecimento. O conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, na qual as informações se processem como instrumento de interlocução e de diálogo. Pensamos no AEE PS, na perspectiva de que tudo se liga a tudo e que o ato de um professor transformar sua prática pedagógica, conectando teoria e prática, a sala de aula comum e o AEE, numa visão complementar, sustenta-se a base do fazer pedagógico desse atendimento. A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de referências. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala e respeitar as necessidades didático-pedagógicas para o ensino dessa língua.

No decorrer AEE de Libras, os alunos interagem e vivenciam momentos singulares de diálogos e trocas. Os professores e os alunos recorrem a vários recursos pedagógicos, tais como DVDs, livros, dicionários, reálias, materiais concretos, dentre outros.