sexta-feira, 20 de junho de 2014

Relação entre o texto "O modelo dos modelos" e o AEE

          

                                                         
           O texto “O modelo dos modelos” de Ítalo Calvino, nos faz crer que não existem verdades absolutas, modelos perfeitos, pois sempre devemos observar a realidade e suas transformações e em se tratando de ser humano, ser em construção, que passam por mudanças contínuas, torna-se impossível moldá-los de acordos com nossas preferências ou convicções. Pensar a pessoa humana como única e plural repleta de possibilidades, faz do AEE um vasto campo de descobertas e encorajamento daqueles que tendo uma ou mais deficiências, podem superar-se a cada dia. A realidade da vida é dinâmica, portanto, a construção do conhecimento deve ser acessível a todos. Inclusão é pensar antes de tudo a pessoa como parte constituinte de um todo, sociedade e nesta perspectiva construir a autonomia e a independência dos mesmos, percebendo-os como cidadãos plenos de possibilidades, respeitando-se os limites de cada ser com ou sem deficiência.
            No texto modelo dos modelos, temos uma relação distinta da visão que o senhor palomar tinha das pessoas, ele visionava um único modelo em que as pessoas deveriam se encaixar nele, um modelo restrito, logico e geométrico em que se esperava que todos estivessem em harmonia com esse modelo. Mas ao observar certas figuras humanas com outros olhos ele percebe que nem todos vão se encaixar nos seus modelos nos contornos dos seus desenhos que ele espera o senhor palomar se percebe que precisa mudar seus conceitos, adaptando-os aos seres humanos e não ao contrário.

             O mesmo acontece no dia a dia do AEE, nós já temos vários modelos de como fazer certas coisas e como realizar muito a atendimentos, mas não devemos nos esquecer de que cada ser humano é único, em suas necessidades e potencialidades fazendo adaptação com a mente aberta para melhor atender essas pessoas, com um olhar diferenciado e distinto, tendo princípios bem definidos e não ter medo do diferente e ter princípios norteadores da prática pedagógica bem em mente.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

TGD Transtornos Globais de Desenvolvimento





Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação
estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.
Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de
Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.
Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de comportamentos não-verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.
Como lidar com o TGD na escola?
Crianças com transtornos de desenvolvimento apresentam diferenças e merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.
Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância para garantir o desenvolvimento na escola. Boa parte dessas crianças precisa de ajuda na aprendizagem da autorregulação.
Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no processo de aprendizagem desses alunos. Faça ajustes nas atividades sempre que necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potências dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a autonomia e faça o possível para conquistar a confiança da criança. Os alunos com TGD costumam procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o desenvolvimento.





QUEM É A PESSOA COM TGD?
TGD – TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO
Segundo o DSM-IV-TR
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)
tem como característica um comprometimento grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos que definem estas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo.
Interações sociais, comunicação e comportamento no processo
de ensino-aprendizagem

 – Na área de interação social podemos observar as seguintes características:

- Apresentam dificuldade em iniciar e manter uma conversação.
- Inicialmente podem apresentar aversão ao toque e isolamento.
- Podem evitar o contato visual.
- Mantém pouca atenção às pessoas, parece ignorar o outro e pode expressar-se de forma incomum.
- Comportamentos não-verbais de iniciação e manutenção de contato
- Pode se utilizar dos adultos como ferramentas para pegar objetos, abrir portas e outras situações intencionais.

terça-feira, 6 de maio de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA




Conceito de  surdocegueira
     Para entender o que é surdoceigueira, faz-se necessário uma explicação sobre a sua grafia. Conforme Lafati (1995, p. 306), a


                 Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas                    pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as                           dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença,                               uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.

   Para Mclnnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte. O referido autor subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias:

  • Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
  • Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
  • Indivíduos que se tornaram surdocegos;
  • Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.
   O mesmo autor (1999) relata que muitos indivíduas com surdocegueira congênita ou que a adquiram precocemente têm deficiência associadas como: físicas e intelectuais. Estas quatro categorias podem ser agrupadas em surdocegueira congênitos ou surdocegos adquiridos. E dependendo da idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode-se classificá-la em surdocegos pré-linguísticos ou surdocegos pós-linguísticos.


     

Definição e informações sobre surdocegueira

   As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é uma situação grave e, felizmente, sua presença na população geral é menor, em termos numéricos. Talvez os Telecentros raramente (ou nunca) recebam pessoas com múltipla deficiência, mas consideramos importante trazer informações sobre esta possibilidade.
   Tradicionalmente, os profissionais especializados e os familiares de pessoas com múltipla deficiência focalizavam sua atenção no que estas pessoas não podiam fazer, em suas desvantagens e dificuldades. Atualmente temos uma postura diferente: preocupamo-nos em descobrir quais são as possibilidades que a criança apresenta e quais são as suas necessidades, em vez de destacar suas dificuldades. Assim, temos descoberto formas e métodos para atendê-la.
   É importante que a família seja orientada a manter um contato com essa criança por meio dos sentidos que não foram lesados, para estimular o resíduo auditivo e, principalmente, o resíduo visual, se houver. Por exemplo: a família do bebê surdocego deve passar informações a ele por meio de toques afetivos; ele deve sentir que é amado e perceber a presença do adulto através de brincadeiras.
As instituições que recebem os casos de múltipla deficiência costumam atender principalmente casos de surdocegueira, que combinam as deficiências auditiva e visual. A pessoa que tem surdocegueira não pode ser comparada com um surdo nem com um cego, pois a pessoa com cegueira e a pessoa surda utilizam seus sentidos de forma complementar: a pessoa com deficiência visual trabalha mais sua audição e a pessoa surda conta mais com sua visão, No caso da surdocegueira, esta complementação não acontece - é uma outra deficiência. É por esta razão que escrevemos esta deficiência com uma só palavra, "surdocegueira".
O grupo mais numeroso de surdocegos é composto por pessoas com 65 anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas da surdocegueira podem ser:
  • acidentes graves;

  • síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome de origem genética incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde);

  • surdocegueira congênita, resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos prematuros.
É difícil imaginar como uma pessoa surdocega se comunica, mas isso é possível. Os surdocegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas.
A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos surdos, pode ser adaptada aos surdocegos, utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, a pessoa com surdocegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito. Esse método de comunicação é chamado de Tadoma.
Também é possível para o surdocego escrever na mão de seu intérprete, utilizando o alfabeto manual dos surdos, soletrando as palavras ou ele pode redigir suas mensagens em sistema braile, que é um alfabeto composto por pontos em relevo criado para a comunicação dos portadores de deficiência visual.
Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.
Há casos de crianças surdocegas brasileiras que desenvolvem condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o braile para o conhecimento da leitura e escrita. Mas, para que isso aconteça é necessário que a intervenção seja precoce, ou seja, quando a criança for bem pequena. Cada surdocego adulto tem o direito de decidir qual vai ser sua forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no trabalho e no lazer.
Carlos Roberto, surdocego que mora no Estado de São Paulo, Brasil, diz: "...descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mundo". Ele se desenvolveu tão bem comunicando-se em LIBRAS que está sempre rodeado de amigos, conversando e contando piadas e está aprendendo atualmente o braile.

“Se combinam sinais que se relacionam com a funcionalidade do objeto, movimentos do corpo que descrevem a ação desejada, imitações de sinais da criança cuja intencionalidade tem sido comprovada e sinais convencionais de fácil compreensão apoiados pelo contexto em que se produzem”
(Pillar Gómez Viñas,2005)


Sites de Referências :

Rede Iris
http://www.rediris.es/list/info/sordoceguera.es.html
Sense
http://www.sordoceguera.org/Sordoceguera.htm

DERDIC - Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação
http://www.derdic.pucsp.br

Livro: Coleção - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar
                       SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

e as t

domingo, 16 de março de 2014

A Educação Escolar de Pessoas com Surdez

Enquanto as discussões ficam centradas na aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez não têm o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria. Uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva, principalmente para pessoas com surdez, tem se tornado promissora no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais. Sob a força do que se constitui como paradigma inclusivo, não legitimamos os estudos e trabalhos que têm defendido os marcadores identitários dos surdos: cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, tendo, do outro lado, os seus oponentes: os ouvintes dominadores.
 O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. “É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não seja o centro de tudo o que acontece nesse processo.” Aí, deve-se discutir a presença obrigatória de quem age, produz sentido e interage: a pessoa com surdez. Isso nos faz pensar num sujeito com surdez não reduzido ao chamado mundo surdo, com a identidade e a cultura surda, mas numa pessoa com potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e lingüísticos, pois a concepção de pessoa com surdez descentrada se caracteriza pela diferença, que, sob a força de divisões e antagonismos, leva a pessoa descentrada a ser deslocada e a assumir diferentes posições e identidades, Hall (2006). É nesse sentido de descentramento identitário que concebemos a pessoa com surdez como ser biopsicosocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos. Contudo precisamos nos afastar de idéias de unanimidade, de obviedade, de fragmentação, pois mergulhar na realidade é saber que estamos sempre incompletos, indefinidos, por sermos complexos, Morin (2001), e isso nos coloca na perspectiva do outro, cujos fios tecem infinitos sentidos em redes de conhecimento nas quais sempre o ser humano, em especial, a pessoa com surdez, estará enredada. A atenção deve estar centrada, primeiramente, no potencial natural que esses seres humanos têm, independente de deficiência, diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. Nessas pessoas, se lhes forem criados ambientes propícios para desenvolverem o seu potencial, as marcas do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão secundarizadas e será exaltado o seu potencial humano.
O AEE PS deve ser visto como construção e reconstrução de experiências e vivências conceituais, em que a organização do conteúdo curricular não deve estar pautada numa visão linear, hierarquizada e fragmentada do conhecimento. O conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, na qual as informações se processem como instrumento de interlocução e de diálogo. Pensamos no AEE PS, na perspectiva de que tudo se liga a tudo e que o ato de um professor transformar sua prática pedagógica, conectando teoria e prática, a sala de aula comum e o AEE, numa visão complementar, sustenta-se a base do fazer pedagógico desse atendimento. A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de referências. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala e respeitar as necessidades didático-pedagógicas para o ensino dessa língua.

No decorrer AEE de Libras, os alunos interagem e vivenciam momentos singulares de diálogos e trocas. Os professores e os alunos recorrem a vários recursos pedagógicos, tais como DVDs, livros, dicionários, reálias, materiais concretos, dentre outros.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Audiodescrução

Audiodescrição é a uma faixa narrativa adicional para os cegos e deficientes visuais consumidores de meios de comunicação visual, onde se incluem a televisão e o cinema, a dança, a ópera e as artes visuais. Consiste num narrador que fala durante a apresentação, descrevendo o que está a acontecer no ecrã durante as pausas naturais do áudio e por vezes durante diálogos, quando considerado necessário.1

Para as artes performativas (teatrodançaópera) e para os meios de comunicação (televisãocinema e DVD), a descrição é uma forma de tradução audiovisual, usando as pausas naturais no diálogo ou entre elementos sonoros cruciais para inserir a narrativa, que traduz a imagem visual de uma forma que a torna acessível a milhões de indivíduos que de outro modo não teriam um acesso pleno à televisão e ao cinema.


As crianças cegas devem ser estimuladas desde cedo no que diz respeito à exploração do sistema háptico (o tato ativo ou em movimento) através de atividades lúdicas, do brinquedo e de brincadeiras. Elas devem desenvolver um conjunto de habilidades táteis e de conceitos básicos que tem a ver com o corpo em movimento, com orientação espacial, coordenação motora, sentido de direção etc. Tudo isto é importante para qualquer criança.

Escrita em Bralle

Para a realização da escrita ou leitura em braille, é necessário que a criança conheça convenções, assimile conceitos gerais e específicos, desenvolva habilidades e destreza táteis.
O tato, a destreza tátil e a coordenação bi manual precisam estar bem desenvolvidos, pois tanto a técnica da leitura quanto a escrita das letras dependem de movimentos sincronizados das mãos e da percepção tátil de diferenças, bem sutis.
Para se alfabetizar uma criança cega é necessário bem mais do que ter um bom domínio do Sistema Braille. É preciso saber como se dá o processo de construção do conhecimento por meio da experiência não visual e criar condições adequadas de acesso aos conteúdos escolares dentro e fora da sala de aula.
A Pedagogia na educação especial, através de avaliações individuais, poderá oferecer recursos de acordo com a necessidade de cada aluno, como texto ampliado, aula gravada em áudio ou disquete e material transcrito em Braille. Quanto ao aluno pré-escolar e séries iniciais, os materiais deverão ser apresentados primeiramente de forma mais concreta possível evoluindo para o abstrato de forma gradual.
No trabalho pedagógico é fundamental conhecer o aluno, suas habilidades e necessidades, como ponto de partida para a aprendizagem, neste caso, uma avaliação e orientação médica são de grande valia, quanto ao uso de auxilio óptico, equipamentos adaptados e posturas adequadas.
Braille

O Sistema de Escrita Braille surgiu pelas mãos do francês Louis Braille que, observando o sistema de comunicação sonoro de Código Morse e pelo fato de sua cegueira estar atrapalhando seus estudos, foi capaz de criar a representação dos sons em forma de um alfabeto em relevo, que possibilitaria a leitura, pelo tato. O Sistema Braille possibilitou aos deficientes visuais o acesso a leitura e à cultura em geral, pois, eles finalmente puderam compartilhar com os videntes (pessoas com visão normal) a escrita.
                                                           
Ao ser apresentado o sistema foi logo assimilado por seus colegas, no entanto só foi oficialmente aceito na instituição em 1843, dezenove anos depois de sua invenção.
A educação em Braille segue duas linhas essenciais: a leitura e a escrita. Para trabalhar a leitura, faz-se necessário o treino da sensibilidade do deficiente, para que ele esteja apto a reconhecer as saliências que compõem a escrita Braille. Depois de trabalhada a sensibilidade, trabalha-se o reconhecimento do alfabeto e a formação das palavras, de forma análoga à educação dos videntes. Para o aprendizado da escrita, é necessário o reconhecimento da máquina Perkins Brailler (máquina de escrever, de caracteres em Braille) ou da Reglete e Punção (prancha própria para a escrita em Braille). Nos dois casos, deve haver o estudo da formação das letras e da forma de impressão desta no papel.